Câncer de fígado: como é a cirurgia com acesso Glissoniano usando pontos de Machado

O câncer de de fígado é o tipo de câncer menos comum dentre os tumores, porém, o que mais apresenta índice de óbitos, juntamente com pulmão, colorretal, estômago e mama, e neste artigo, vamos abordar a cirurgia com acesso Glissoniano usando pontos de Machado e suas vantagens para o paciente.

Sinais e Sintomas do Câncer de Fígado

A saber, os sinais e sintomas do câncer de fígado, em muitos casos, só aparecem quando a doença se encontra em estágios mais avançados, e em situações mais raras, podem aparecer mais cedo.

A diferença que os sintomas possam se manifestar está ligada intimamente ao diagnóstico precoce que dá ao paciente mais chances de cura e opções de tratamento, portanto, atentar-se à eles é de suma importância:

• Febre;
• Falta de apetite;
• Dor no estômago ou região abdominal;
• Perda de peso inexplicável;
• Hepatomegalia (fígado aumentado);
• Baço inchado ou esplenomegalia (baço aumentado):
• Coceira e amarelamento da pele e mucosas;
• Náuseas ou vômitos;
• Veias da barriga dilatadas e visíveis;
• Inchaço ou acúmulo de líquido na região do abdômen;
• Hematomas ou hemorragias sem motivo aparente;
• Agravamento da hepatite crônica ou cirrose.

Além desses sintomas, alguns tumores hepáticos podem  produzir certos tipos de hormônios que causam desequilíbrio em outros órgãos, consequentemente:

• Hipercalcemia (elevado nível do cálcio no sangue);
• Hipoglicemia (distúrbio que causa baixa concentração de açúcar no sangue);
• Ginecomastia (crescimento anormal da mama em homens);
• Eritrocitose (Aumento da hemoglobina e glóbulos vermelhos do sangue);
• Colesterol alto.

Contudo, os sintomas citados também podem estar relacionados a outras doenças, não sendo exclusivamente o câncer de fígado, mas normalmente, alguma doença do aparelho digestivo, o que é essencial a procura por um especialista para que exames de imagem e laboratoriais sejam solicitados a fim de avaliar a saúde.

Cirurgia de fígado – Hepatectomia

A retirada parcial do fígado é um dos tipos de tratamento para o câncer de fígado, do qual apresenta resultados satisfatórios, quando o tumor ainda é único e de tamanho pequeno.

Isso porque, as condições clínicas ainda são melhores que em estágios mais avançados, onde a função hepática ainda está preservada, ajudando na regeneração 

da parte afetada.

Além disso, ainda é possível fazer uma cirurgia robótica no fígado na maioria dos casos 

Nessa fase inicial do tumor, o que é benéfico ao paciente desde a operação, por ser minimamente invasiva e com menor risco de sangramento e pós-operatório, que ajuda a retornar mais rapidamente às suas atividades diárias.

É claro que por ser um procedimento cirúrgico, ainda existem riscos característicos, porém, eles são aceitáveis e controláveis pelo médico que acompanha o caso, não sendo um empecilho na indicação da técnica, desde que, o paciente apresente boas condições de saúde e esteja dentro de uma idade que não apresente complicações.

Entretanto, no caso de certos tumores hepáticos em que o grau esteja mais evoluído, outro método operatório pode ser necessário, considerando a necessidade de remoção de uma área maior, que precisa de uma abordagem mais eficaz para evitar a recidiva da doença, óbitos pós cirúrgicos, bem como, trazer complicações para o pós operatório do paciente.

Assim sendo, se aplica a técnica da cirurgia com com acesso Glissoniano usando pontos de Machado.

Ressecção hepática através da cápsula de Glisson

A cápsula de Glisson que leva o nome de acesso Glissoniano foi descoberta pelo médico holandês e professor, Johannis Walaeus em 1640 e descrita pelo médico britânico, escritor e anatomista Francis Glisson em 1654. 

A cápsula é uma camada de tecido conjuntivo que envolve o fígado, a artéria hepática, a veia porta e o ducto biliar, formando feixes nas bases anatômicas do órgão (hilo hepático e no fígado como a árvore do pedículo de Glissoniano) . 

Entretanto, a cápsula de Glisson não se conecta à membrana de forma adequada ao fígado, sendo essa, uma descoberta por René Laennec, logo, os pedículos glissonianas podem ser isolados do parênquima hepático sem que haja a necessidade de separar cirurgicamente essas partes. 

Por meio dos estudos desses médicos, a medicina do aparelho digestivo consegue aplicar nos dias de hoje tal procedimento, por meio de três tipos de abordagens, desenvolvidas, graças também, à contribuição do médico cirurgião Claude Couinaud  que tem como objetivo controlar o sistema de influxo no hilo hepático em cirurgia hepática.

Como é a cirurgia com acesso Glissoniano usando pontos de Machado

A cirurgia é feita pelo método minimamente invasivo, em que o fígado é mobilizado para o trabalho cirúrgico, onde será iniciado o acesso Glissoniano, que por meio de duas pequenas incisões, que serão “grampeadas” propositalmente para a operação, deixando-o isquêmico (com baixa circulação sanguínea) para se colocar um clamp vascular, e então, trabalhar na remoção da área tumoral, sem que se comprometa as regiões saudáveis do órgão.

A cirurgia tem ajudado ao longo desses anos, pacientes serem tratados com o mínimo de perda de sangue possível, em que casos que não há necessidade de transfusão de sangue, além de diminuir as chances de reaparecimento da doença.

Entretanto, o profissional precisa ter grande experiência na anatomia do fígado, bem como, em cirurgias abertas, o que aumenta as chances de sucesso da cirurgia com acesso a Glissoniano usando pontos de Machado.

Concluindo, o câncer de fígado tem tratamento, e mais que isso, tem meios de se prevenir também, por meio de uma alimentação balanceada, visitas regulares ao médico, bem como, evitar cigarro, álcool, medicamentos como esteroides e anabolizantes, além de outros hábitos negativos que prejudicam a saúde, pois, mesmo que seja jovem, é possível que pequenos descuidos necessitem de tratamentos de oncologia.

Cuide do seu aparelho digestivo com o tratamento adequado. Agende sua consulta e saiba mais sobre o câncer de fígado e como é a cirurgia com acesso Glissoniano usando pontos de Machado.

Artigo escrito pelo Dr. Marcel Autran

Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo com área de atuação em Cirurgia Videolaparoscópica

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