Avanços recentes no Tratamento de Câncer no Intestino e terapias em desenvolvimento
Dr. Marcel Autran Machado Especialista em cirurgia do aparelho digestivo e cirurgia minimamente invasivaPostado em: 19/06/2023
Os avanços recentes no Tratamento de Câncer no Intestino têm revolucionado a abordagem terapêutica, oferecendo opções mais direcionadas e eficazes, como terapias-alvo e imunoterapia, além de técnicas cirúrgicas avançadas. Essas inovações têm melhorado os resultados e a qualidade de vida dos pacientes. Continue sua leitura e saiba mais sobre o assunto!
Como estão os avanços no tratamento de câncer no intestino?
Nos últimos anos, tem havido avanços significativos no tratamento do câncer no intestino, também conhecido como câncer colorretal. Isso tem proporcionado novas opções de tratamento, melhorando os resultados e a qualidade de vida dos pacientes.
É importante ressaltar, porém, que nem todas as alternativas estão disponíveis ou são indicadas para todos os pacientes ou todos os estágios de câncer. É fundamental consultar médicos qualificados para verificar as opções mais adequadas para cada um. Alguns tratamentos ainda estão, inclusive, em fase de desenvolvimento.
Uma das principais inovações no tratamento do câncer colorretal é a terapia-alvo. Essa abordagem utiliza medicamentos que têm como alvo específico as alterações genéticas presentes nas células cancerígenas.
Por exemplo, cerca de 5% dos casos de câncer colorretal apresentam mutações no gene RAS, que podem levar a um crescimento descontrolado das células tumorais. Medicamentos como cetuximabe e panitumumabe têm sido desenvolvidos para bloquear a atividade do RAS e inibir o crescimento do tumor.
Outra inovação importante é a imunoterapia, que tem revolucionado o tratamento do câncer em geral. Ela utiliza o sistema imunológico do paciente para combater o câncer. No caso do câncer colorretal, os inibidores de pontos de verificação imunológica, como pembrolizumabe e nivolumabe, mostraram resultados promissores em pacientes com tumores com alta instabilidade de microssatélites (MSI-H) ou deficiência de reparo de erros de correspondência (dMMR).
Essas condições são encontradas em aproximadamente 15% dos casos de câncer no intestino e estão associadas a melhores respostas à imunoterapia.
Além disso, a cirurgia continua sendo uma parte muito importante do tratamento do câncer colorretal. No entanto, houve avanços na técnica cirúrgica, incluindo o uso de cirurgia minimamente invasiva, como a laparoscopia e a cirurgia robótica. Essas abordagens permitem procedimentos mais precisos e menos invasivos, resultando em menor tempo de recuperação e menor morbidade para o paciente.
A medicina de precisão também tem desempenhado um papel importante no tratamento do câncer no intestino. Testes genéticos e moleculares podem identificar alterações específicas no tumor, permitindo aos médicos selecionar tratamentos mais direcionados e personalizados para cada paciente. Isso ajuda a evitar tratamentos ineficazes e a melhorar os resultados gerais.
Além desses avanços, pesquisas em andamento continuam a explorar novas estratégias terapêuticas, como a combinação de diferentes modalidades de tratamento, incluindo quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia, bem como a busca por novos biomarcadores e alvos terapêuticos.
Quais são as terapias em desenvolvimento para o tratamento de câncer no intestino?
Além dos avanços já mencionados no tratamento de câncer no intestino, existem diversas terapias em desenvolvimento que têm o potencial de melhorar ainda mais os resultados e a qualidade de vida dos pacientes.
É importante ressaltar, porém, que muitas ainda estão em estágios iniciais de pesquisa e podem levar algum tempo para se tornarem disponíveis como opções de tratamento. Algumas das terapias incluem:
- Terapia com anticorpos conjugados: Essa abordagem combina anticorpos monoclonais com agentes quimioterápicos ou outros medicamentos. Os anticorpos têm como alvo proteínas específicas encontradas nas células cancerígenas do intestino, permitindo a entrega direcionada do medicamento e minimizando os efeitos colaterais nos tecidos saudáveis. Essa terapia tem mostrado resultados promissores em estudos pré-clínicos e ensaios clínicos iniciais;
- Terapia com vírus oncolíticos: Vírus geneticamente modificados têm sido desenvolvidos para infectar seletivamente as células cancerígenas no intestino e destruí-las. Esses vírus são projetados para se replicar dentro das células tumorais, causando sua morte. Além disso, eles também estimulam o sistema imunológico do paciente a reconhecer e atacar as células cancerígenas. Estudos clínicos estão em andamento para avaliar a eficácia e a segurança dessa terapia;
- Terapia com células CAR-T: A terapia com células CAR-T (células T com receptor de antígeno quimérico) envolve a modificação genética das células T do paciente para expressar um receptor que reconhece especificamente as células cancerígenas no intestino. Essas células T modificadas são então reintroduzidas no paciente, onde podem atacar e destruir as células tumorais. Estudos estão sendo realizados para avaliar a eficácia dessa terapia em pacientes com câncer colorretal;
- Terapia com nanopartículas: As nanopartículas são pequenas partículas carregadas com medicamentos que podem ser direcionadas para as células cancerígenas no intestino. Elas são projetadas para liberar o medicamento de maneira controlada no tumor, aumentando sua eficácia e reduzindo os efeitos colaterais em tecidos saudáveis. Estudos estão em andamento para desenvolver e aprimorar essas terapias com nanopartículas para o tratamento do câncer colorretal.
Os avanços contínuos no “TRATAMENTO DO CÂNCER NO INTESTINO” trazem uma nova esperança no combate a essa doença. Com as terapias em desenvolvimento, podemos vislumbrar um futuro promissor na luta contra o câncer colorretal.
Se você ficou com alguma dúvida sobre o assunto ou quer maiores informações, agende uma consulta com o Dr. Marcel Autram. Você pode entrar em contato!
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