Câncer de pâncreas: duodeno-pancreatectomia realizada por robô

Dr. Marcel Autran Machado Especialista em cirurgia do aparelho digestivo e cirurgia minimamente invasiva
Cancer de pancreas duodeno-pancreatectomia realizada por robo

Postado em: 22/03/2021

O pâncreas localiza-se na parte superior da cavidade abdominal, em uma área chamada de retroperitônio, situada atrás do estômago. Ele divide-se em três partes: cabeça, corpo e cauda.

Extremamente raro antes dos 30 anos, torna-se bem mais comum a partir dos 55. Os casos de câncer no pâncreas aumentam com o avanço da idade. Além disso, a incidência aumenta em indivíduos do sexo masculino.

O pâncreas é responsável pela produção de alguns hormônios como a insulina, glucagon e somatostatina que controla os níveis de glicose de sangue, e enzimas importantes para o funcionamento geral como amilase, lipase e tripsina, que participam do processo digestivo.

Dessa forma, pelo fato de ser difícil de ser detectado e ter um comportamento muito agressivo, este tipo de câncer apresenta uma alta mortalidade, por conta do diagnóstico tardio. No Brasil, ele é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes causadas pela doença.

Mas afinal, você sabe o que é o câncer no pâncreas? Quais as suas causas?

Câncer no pâncreas

Os tumores de pâncreas mais comuns são do tipo adenocarcinoma, ou seja, originam-se no tecido glandular, correspondendo a 90% dos casos com diagnóstico. Além disso, a maioria dos casos afeta a cabeça. Ele divide-se ainda em outras duas partes que são o corpo e a cauda.

Sintomas

Os mais comuns são a perda de apetite e de peso, fraqueza, diarréia e tontura, diabetes de início recente, piora abrupta da diabetes, pancreatite aguda sem origem determinada.

O tumor da cabeça do pâncreas provoca icterícia, que deixa a pele e os olhos amarelados, devido a obstrução do canal biliar. Conforme o tumor avança, um alerta muito comum é a dor na região das costas. No início, de baixa intensidade, que vai ficando mais forte com o tempo.

Além dos sintomas acima citados, há ainda o aumento do nível de glicose no sangue, causado pela deficiência da produção de insulina.

Diagnóstico

Por se localizar em um local de difícil acesso, atrás de outros órgãos, geralmente o diagnóstico acontece tardiamente. Os exames de sangue e de imagem podem fazer o diagnóstico. 

Tratamento do câncer do pâncreas

O câncer do pâncreas tem chances de cura, se for descoberto em sua fase inicial. Nestes casos, a cirurgia é a melhor opção seguida de quimioterapia.

Em pacientes em estádios mais avançados, a primeira opção é a quimioterapia, que pode ser seguida ou não de cirurgia se houver resposta significativa.

Duodeno-pancreatectomia robótica para tratamento do câncer do pâncreas

Em 2008, realizamos a primeira cirurgia de pâncreas por via robótica no Brasil. No entanto, somente a partir de 2018 é que a robótica tornou-se uma rotina, pois no início os instrumentos ainda eram rudimentares e o custo excessivamente alto impediu o seu uso em grande escala. Assim, desde 2018, todas nossas cirurgias minimamente invasivas de pâncreas e fígado são realizadas por via robótica.

A cirurgia robótica é uma videolaparoscopia com a utilização de um robô, para manipulação com alta precisão das pinças. Dessa forma, enquanto o cirurgião olha a imagem do interior do corpo do paciente em um console de tecnologia 3D, ele utiliza uma espécie de controle para reproduzir os movimentos que os braços robóticos farão durante a cirurgia.

Por exemplo, se o médico faz o movimento de dar um ponto, o robô imediatamente reproduz o movimento, com sensibilidade ultra fina, ou seja, com velocidade menor que a normal. Portanto, o robô não treme, e os movimentos bruscos são bloqueados

Dados gerais acerca do câncer do pâncreas

Segundo dados oficiais de órgãos como o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de pâncreas é o sexto com maior incidência entre homens e o sétimo em mulheres. 

Dessa forma, médicos alertam que o maior consumo de fumo, álcool e obesidade podem contribuir para o aparecimento da doença. O índice de mortalidade associada à doença continua alto, apesar dos avanços recentes no diagnóstico e tratamento.

Portanto, com a chegada dessa nova tecnologia de combate no Brasil, além de promover 

Tem dúvidas sobre a aplicação dessa nova técnica? Quer saber mais informações sobre o câncer de pâncreas? Entre em contato com a gente!

Artigo escrito pelo Dr. Marcel Autran

Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo com área de atuação em Cirurgia Videolaparoscópica

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