Paulo Herman, Vincenzo Pugliese Marcelo Z. Salem, Marcel Autran C. Machado, Telesforo Bacchella, José E. Monteiro da Cunha, Marcel C.C. Machado e Henrique W. Pinotti

Revista Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo

Abscesso hepático piogênico – análise de 51 casos

RESUMO: Os autores estudaram 51 pacientes portadores de abscesso hepático piogênico tratados na Disciplina de Cirurgia do Aparelho Digestivo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo no período entre 1975 e 1992. A idade dos pacientes variou entre 13 e
77 anos, com média de 43 anos, sendo 54,9% do sexo masculino e 45,1% do sexo feminino. O sintoma mais freqüente foi febre, presente em 100%
dos pacientes. Dor abdominal, icterícia e hepatomegalia estiveram presentes em 58,8%, 39,2% e 35,3% dos pacientes, respectivamente. Vinte e oito pacientes (55%) apresentavam leucocitose, 45% apresentavam elevação de bilirrubinas e 35,3% apresentavam elevação de fosfatase alcalina. O abscesso foi secundário à infecção biliar na maioria dos pacientes (66%), portal em 14%, idiopático em 10%, endocardite em 6% e traumática em 4%.
A cultura do abscesso foi positiva em 82,5% pacientes com predomínio (61%) de microorganismos GRAM negativos. Treze pacientes (25,5%) foram
submetidos a drenagem percutânea, no entanto, quatro deles necessitaram de drenagem cirúrgica posterior. O procedimento de drenagem percutânea
levou à 69,2% de bons resultados, sem mortalidade. Trinta e um pacientes (60,8%) foram submetidos a drenagem cirúrgica com bons resultados em
90,4% e mortalidade de 9,6%. Seis pacientes (11,7%) portadores de abscesso hepático e litíase intra-hepática foram submetidos a ressecção hepática,
sem mortalidade. Os resultados do tratamento cirúrgico foram bons em 91,9% dos pacientes. A mortalidade global foi de 9,8%. É apresentada análise desta casuística e revisão da literatura, discutindo-se métodos diagnósticos e terapêuticos.
DESCRITORES: Abscesso hepático piogênico. Tratamento