Qual a chance de cura do câncer de pâncreas

Dr. Marcel Autran Machado Especialista em cirurgia do aparelho digestivo e cirurgia minimamente invasiva
Câncer de pâncreas: qual a chance de cura

Postado em: 29/05/2024

O câncer de pâncreas (adenocarcinoma ductal de pâncreas) é uma das formas mais letais dentre os tipos de câncer e ao receber tal diagnóstico, a dúvida mais comum é saber qual a chance de cura do câncer de pâncreas.

Sabe-se que os pacientes que apresentam câncer de pâncreas têm pouca chance de cura. No entanto, isso é devido ao grande número de pacientes que são diagnosticados na fase tardia. Esses pacientes em estádio avançado são tratados de maneira paliativa com quimioterapia e sem ou pouca chance de cura.

Os pacientes com diagnóstico precoce são submetidos a tratamento cirúrgico e têm maior chance de cura. Hoje, o tratamento cirúrgico evoluiu muito e os pacientes se beneficiam de cirurgia minimamente invasiva. Ao mesmo tempo, foram surgindo drogas e esquemas quimioterápicos muito eficientes que aumentam a chance de cura destes pacientes, de tal forma que até mesmo pacientes com metástases hepáticas em pequeno número podem ter alguma chance de cura.

Não deixe os sintomas do câncer de pâncreas passarem despercebidos

Existem alguns sintomas comuns mas que podem ser sinais iniciais de câncer de pâncreas. Uma dor epigástrica (região do estômago) muito comum deve ser valorizada e investigada se não tiver causa aparente ou for constante. 

Outro sintoma inicial é o desânimo e tristeza que devem ser valorizados se não houver motivo aparente. 

Perda de peso inexplicada, aparecimento súbito de diabetes ou mesmo uma piora abrupta da diabetes pré-existente são alertas para a investigação do pâncreas. 

Episódio de pancreatite aguda sem causa evidente (como a presença de pedra na vesícula ou após uso abusivo de bebidas alcoólicas) também é sinal de alerta para doença no pâncreas.

Sintomas como icterícia, que é o amarelamento da pele e dos olhos, escurecimento da urina (cor de coca-cola), fezes esbranquiçadas e dor nas costas são sinais mais tardios do câncer de pâncreas. 

A faixa etária mais acometida pelo câncer de pâncreas é dos 55 aos 65 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade e o fato do paciente ser muito jovem não descarta a doença.

Importante dizer é que, quanto antes as pessoas buscarem o diagnóstico especializado para esses sintomas, maiores serão as chances de realizar a cirurgia da retirada do tumor no pâncreas, sendo esse o tratamento que associado à quimioterapia possui a maior chance de cura.

Portanto, buscar ajuda de um médico especialista em aparelho digestivo, capaz de avaliar e solicitar os exames adequados, que indicam se está tudo bem ou se precisa de algum tratamento específico faz a diferença entre viver e diminuir as chances de cura.

Qual a chance de cura do câncer de pâncreas

A chance de cura vai depender de diversos fatores, dentre eles:

  1. Tipo do câncer. Existem subtipos do câncer de pâncreas que são mais agressivos (adenoescamoso) e outros menos agressivos (células acinares). Existem outros tumores malignos no pâncreas como tumores neuroendócrinos que possuem alta chance de cura mas são considerados tumores à parte, distintos do câncer de pâncreas.
  1. Estadiamento. Leva-se em consideração três fatores no estadiamento, tamanho do tumor e grau de invasão de estruturas adjacentes (T), número de linfonodos acometidos pelo câncer (N) e presença de metástases à distância (M). Tumores menores, sem linfonodos acometidos e sem metástases à distância possuem melhor prognóstico do que aqueles tumores volumosos com linfonodos acometidos e metástases à distância. De maneira geral o menor estadiamento, (1) possui melhor chance de cura que o maior estadiamento (estádio 4). Apesar disso, embora menor, o estádio 4 possui ainda chance de cura.
  1. Biologia tumoral. Fator mais importante na chance de cura de um paciente portador de câncer de pâncreas mas é o fator que menos se conhece. Não existem ainda, marcadores de agressividade biológica confiáveis. Alguns pacientes com estádio inicial podem ter recidiva precoce e pouco tempo de vida e outros pacientes com estádio avançado podem viver muito e até curar. Única maneira de saber a biologia tumoral é o tempo que mostrará a evolução do paciente com câncer de pâncreas. Existem indícios de que tumores de pâncreas de origem hereditária teriam melhor sobrevida.

Fatores que aumentam o risco de desenvolver o câncer de pâncreas

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pâncreas são:

  1. Obesidade
  2. Tabagismo atual ou antigo 
  3. Diabetes
  4. Pancreatite crônica (geralmente causado por abuso de bebidas alcoólicas)
  5. Hereditariedade
  6. Presença de lesões precursoras de câncer como IPMN (neoplasia mucinosa papilífera intraductal de pâncreas)

Novos tratamentos para câncer de pâncreas

Embora a medicina tenha evoluído muito, o câncer de pâncreas continua tendo prognóstico ruim a despeito de toda evolução no tratamento cirúrgico e no tratamento oncológico.

Entretanto, existem protocolos novos de quimioterapia que vêm diminuindo a reincidência do tumor e aumentando a chance de cura destes pacientes. Em alguns casos, a resposta clínica ao uso de quimioterapia pode possibilitar o tratamento cirúrgico em pacientes que inicialmente não eram candidatos à cirurgia.

Quer saber mais sobre a chance de cura do câncer de pâncreas? Agende sua consulta!

Artigo escrito pelo Dr. Marcel Autran

Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo com área de atuação em Cirurgia Videolaparoscópica

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